Barreiras para reduzir impactos de água e maior rigor em projetos de novas atividades agrícolas ajudaram a minimizar impactos

Barreiras para reduzir a velocidade e direcionar as águas tanto nas lavouras quanto nas estradas vicinais, conservação de estradas e maior rigor sobre os projetos técnicos de manejo e conservação do solo. Estas são algumas das medidas que estão ajudando a reduzir o turvamento dos cursos d’água das bacias dos rios Formoso e da Prata, mesmo após as chuvas que atingiram a região ao longo do mês de dezembro de 2019 e nas primeiras semanas deste mês.
“O Governo do Estado tomou uma série de medidas emergenciais. Esse decreto foi intensamente discutido com produtores rurais, trade turístico, Ministério Público, entidades civis e prefeituras e determinou que as propriedades rurais localizadas em Bonito e Jardim, antes de implantarem novas atividades agrícolas, nos apresentassem um projeto técnico de manejo e conservação do solo e água. Nós recebemos 21 projetos de propriedades rurais e 18 deles foram aprovados com algum tipo de ajuste necessário para que o pedido fosse atendido, sem prejuízo ao meio ambiente ou à atividade econômica. Agora, esses projetos estão sendo monitorados e avaliados”, comentou o secretário Verruck.
O secretário municipal de Meio Ambiente de Bonito, Edmundo Dineli, destacou que a região teve um período de temporada com pouca chuva, mas logo no começo do ano, por volta do dia 8 de janeiro, registrou chuva de 200 milímetros na nascente do rio Formoso. “O turvamento que observamos foi muito próximo daquele que nós víamos antes do episódio ocorrido no ano passado e o tempo de limpeza do rio foi de cerca de três dias. Esse é o indício de que as ações estão no caminho certo e que nós vamos lograr o êxito que almejamos”, enfatizou.
Verruck lembrou do trabalho de conservação das estradas realizado pela Agesul, com orientação da Câmara Técnica, por meio da Agraer e do Imasul. “O Governo fez uma ação forte na questão da conservação das estradas, tanto que neste ano nós tivemos chuvas tão grandes quanto no ano passado, em termos de milímetros, e os pontos de turvamento foram praticamente zero no município. Agora, continuamos monitorando e mostrando que a ação foi efetiva”, afirmou.
“O problema do turvamento dos rios após as chuvas, ocorrido em Bonito e região no ano passado, originou e demandou a Câmara Técnica. Após isso, muitas ações foram feitas. O objetivo dessa reunião foi o de compartilhar com as entidades representadas na Câmara todos os trabalhos que foram executados a nível de campo”, lembrou o superintendente de Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar da Semagro, Rogério Beretta.

Perspectivas – Segundo o superintendente da Semagro, que acompanha o trabalho da Câmara Técnica, a estimativa é de que sejam necessários cerca de três anos para implementação de um processo permanente. “Esse é um trabalho de conscientização e constante aprimoramento técnico. Nossa satisfação é que, mesmo com pouco tempo, já temos resultados satisfatórios, conforme foi comprovado e relatado pela prefeitura de Bonito e pelos proprietários dos passeios turísticos da região”, informou Beretta.
Entre as medidas que já foram implementadas pela Câmara Técnica estão barreiras para reduzir a velocidade e direcionar as águas tanto nas lavouras quanto nas estradas vicinais. As etapas seguintes compreendem desde a reposição de vegetação nas margens dos rios até técnicas corretas de manejo do solo para evitar as erosões.
De acordo com o secretário Jaime Verruck os próximos passos envolvem a identificação de pontos urbanos na região de Bonito que estariam provocando turvamento em alguns trechos de rio. “Nós temos algumas situações urbanas que estão causando um pequeno turvamento e precisamos. Também devemos avançar um pouco mais nas estradas estaduais e municipais, com o objetivo único de preservar uma atividade econômica com produção sustentável e, principalmente, todos aqueles atrativos que são uma referência para o Brasil”, afirmou.
O superintendente Rogério Beretta acrescenta que “são muitos trabalhos a serem feitos durante o ano de 2020. Nós temos ações de capacitação de técnicos, capacitações de produtores, capacitações de operadores de máquinas, temos o trabalho de conscientização dos produtores rurais sobre o manejo e conservação do solo e também de conscientização dos proprietários dos passeios turísticos. O planejamento começa a ser feito agora e vai ser realizado ao longo do ano deste ano juntamente com os integrantes da Câmara técnica”.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente de Bonito, “a gente vai conseguir reverter esse cenário. Agora, o que nós precisamos, efetivamente, é de tempo para que as ações alcancem toda área que precisa ser atingida e também a população”, finalizou.